Andamos há anos a sofrer as consequências de décadas de materiais baratos, modas importadas e projetos de arquitetura e construção que ignoraram o ambiente natural e as condições climáticas. Recuperar algum do conhecimento empírico do passado, enquadrando tecnologias disponíveis, poderia ser a solução para construímos um futuro mais sustentável.

Há muito quem ainda não tenha percebido do que trata a Construção Sustentável. É que para se construir bem não é necessário recorrer a normas e soluções construtivas exigentes, como as que surgiram nos países nórdicos, e de clima frio durante quase todo o ano. O clima em Portugal tem períodos de frio e períodos de calor intenso, o que dificulta a adoção de uma única estratégia, durante todo o ano. É preciso pensar em estratégias específicas, isto é, estratégias que minimizem o calor no verão e o frio no Inverno. Não queria ser mal interpretada, quando me referi, no meu artigo anterior, à solução preconizada pela Passive House (Passivhaus), nem muito menos, irei para as redes sociais discutir esse assunto.

A minha intenção é apenas a de partilhar informação que considero essencial ao setor da construção e que possa ser entendível por todos. Porque na verdade, o que existe em Portugal é quase um “analfabetismo” em relação a este setor. Mas o que é preciso desmistificar, é a necessidade que se cria na cabeça das pessoas, impingindo-lhes regras e processos construtivos usados em outros países e que de inovação nada têm, a não ser a de que foram desenhados para climas muito diferentes do nosso. Senão, continuar-se-ão a vender processos desadequados ao comum português. Vamos lá ver, não há dúvida de que as estratégias PassivHaus, beneficiam a qualidade do ar interior e também o conforto térmico, mas no nosso país, não é necessário estabelecer princípios tão rígidos, quando o nosso clima nos pode auxiliar nesta matéria.

(…) artigo completo aqui

Aline Guerreiro | Arquiteta CEO Portal da Construção Sustentável

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