O CASO DAS CAIXILHARIAS
Os materiais fabricados a partir do petróleo, como os plásticos, tem serias responsabilidades nos impactes negativos na natureza e também na saúde humana. Infelizmente, até já foram detetados, recentemente, microplásticos no leite materno. Isto deve-se ao facto da impossibilidade do mercado absorver estes resíduos, para reciclagem. Além dos sérios impactes ambientais negativos na sua produção, vão inevitavelmente parar a destinos desadequados e prejudiciais ao ambiente e à vida humana, como aos Oceanos, onde se prevê que até 2050, haverá mais plástico do que peixes!
Todos os dias somos fustigados com novos tipos de plástico, incluindo os usados no setor da construção, mas o plástico pode levar até 400 anos para se decompor. A maioria dos plásticos em uso, não podem ser reciclados, uma vez que são difíceis de eliminar e nem se degradam nem decompõem. E não é diferente com o tipo de derivados de petróleo, usados na construção. Como por exemplo, o PVC, amplamente utilizado no fabrico de caixilharias.
Estas caixilharias, até podem ter um bom comportamento térmico, mas o custo ambiental é devastador. É que quando este tipo de material é reciclado, perde a sua qualidade e continua a cair de qualidade até deixar de poder ser reciclado. No ambiente, também podem dificultar a decomposição de outros resíduos, reforçando a superlotação de aterros sanitários e até propiciando o aparecimento de aterros ilegais, e o destino inevitável, o mar…
A reciclagem destes produtos, gera muitas vezes um equívoco, o de que são materiais sustentáveis. Uma vez que, apesar de poderem ser reciclados, não há mercado que absorva tanto plástico reciclado. Pelo que, a solução é mesmo a de deixar de o produzir. Para deixar de ser produzido, deve deixar de ser utilizado em todas as áreas das nossas vidas, sempre que haja alternativas. Como por exemplo, tanto para isolamento, como para caixilharias, existem alternativas viáveis, com ótimos comportamentos térmicos e acústicos, e com um impacte ambiental muito reduzido. As soluções alternativas, serão, portanto, a resolução deste problema. Há que optar por elas, sempre que possível.
Neste artigo darei o exemplo do alumínio, como alternativa ao PVC, é um material muito mais sustentável. Em primeiro lugar, o alumínio é muito mais durável do que o plástico, pode suportar uma utilização a longo prazo o que o torna perfeito para ser reutilizado. De facto, cerca de 75% do alumínio alguma vez fabricado ainda é utilizado nos dias de hoje. O alumínio é um metal leve e maleável, mas também muito forte, sendo infinitamente reciclável (o que significa que não perde a sua qualidade quando reciclado, ao contrário do plástico) e a reciclagem do alumínio poupa mais de 90% da energia necessária para produzir alumínio novo. Se a energia for proveniente de energias limpas, temos um material perfeito.
Uma das grandes vantagens de uma caixilharia em alumínio destaca-se pela sua longa durabilidade e resistência às intempéries, incluindo a corrosão do tempo e da maresia, e variações climáticas. Estas caixilharias possuem uma extensa vida útil e necessitam de pouca manutenção ao longo dos anos de utilização, o que é também uma mais-valia em termos de sustentabilidade.
Por tudo isso e se olharmos a partir da lente ambiental, o alumínio é uma alternativa sustentável aos derivados de petróleo, estes sim, com inúmeros impactes negativos. Conclui-se que, optar por este tipo de material no setor da construção, é uma ótima escolha já que oferece uma série de vantagens que irão agregar ainda mais valor ao imóvel por ser um produto durável, de baixo custo ambiental e fácil manutenção.
outubro, 2022
Aline Guerreiro, PCS