Localização: Sant Cugat de Vallès, Barcelona. Espanha

Tipo de construção: Nova I

Área de implantação:  m2 I

ABC:  3101m2 I

Arquitetura e especialidades: 
HARQUITECTES + DATAAE

As novas habitações universitárias enquadram-se no mesmo lote que a Escuela Técnica Superior de Arquitectura del Vallés (ETSAV), num contexto residencial de baixa densidade. Estas resultam de um concurso organizado pela mesma Escola e a UPC, que lançavam três grandes desafios: construir blocos de habitação para estudantes, por sua vez estas teriam que cumprir a certificação energética Suíça Minergie (a baixo dos 38Kwh/m2a) e tudo deveria ser construído usando um novo sistema de construção industrializada (sistema EMI de Compact Habit).

A proposta tenta condicionar ao mínimo a tipologia, oferecendo apenas aqueles elementos mínimos exigidos por norma, não acabando completamente as habitações para abrir novos hábitos de oportunidade, permitindo uma maior liberdade na apropriação da habitação por parte dos estudantes de arquitetura. Entendeu-se assim que seriam os próprios estudantes com a sua investigação, a sua utilização ao longo dos anos, que encontrariam, entre todos, o maior potencial possível para os 40m2. Isto permitiu que o módulo de betão se apresente maioritariamente despido de qualquer revestimento, oferecendo a oportunidade de uma nova expressão material mais sincera ou direta onde a construção do edifício se evidencia com bastante clareza.

A redução de custos dos acabamentos, permitiu investir na eficiência energética (mais isolamento, vidros melhores, janelas de madeira…). Por exemplo, a tecnologia das fachadas responde directamente a uma lógica industrializada de construção a seco, ligeira e reversível onde predomina uma importante espessura de isolamento térmico combinada com membranas de estanquidade transpirável e fachadas ventiladas. É também usada uma dupla fachada exterior, que consegue um efeito integrador do conjunto (através de uma nova linguagem vegetal, orgânica) e encontra a sua composição formal na função de protecção solar.

A utilização de um sistema industrializado foi determinante na elaboração do projeto, condicionando positivamente muitas decisões para conseguir optimizar e racionalizar o processo industrial. Fabricaram-se 62 módulos dos quais 57 tem a mesma tipologia de habitação e os restantes 5 correspondem a módulos especiais destinados a usos comuns e acessos. Uma das vantagens da construção industrializada reside no tempo de execução, permitindo a sobreposição de tarefas em simultâneas na oficina e na obra. Neste sentido, o tempo de construção desenvolveu-se nas seguintes fases: 2 meses de trabalhos no sítio (fundações, saneamento instalações gerais…), 2 meses de produção de módulos na oficina, 2 semanas de transporte e montagem dos módulos na obra e 3 meses de acabamentos gerais (cobertura, detalhes da fachada, urbanização… etc.).

Trata-se assim de um edifício que uma vez terminada a sua vida útil poderá ser inteiramente desmontado, os módulos de betão e os outros componentes podem ser reutilizados e em última instância, praticamente todos os seus materiais e sistemas poderiam ser reciclados. O seu sistema de montagem por apilhamento, sem ligações rígidas e totalmente desmontável permite imaginar uma futura reutilização do módulo de betão em outro edifício e para outros usos.

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